CELSO FURTADO 100 ANOS é uma coletânea de ensaios em sua homenagem, publicado pela Editora UFPB em conjunto com o Núcleo Celso Furtado CCSA/UFPB (NCF-CCSA/UFPB) e o Corecon-PB.
O livro ‘Celso Furtado 100 anos: coletânea de ensaios em sua homenagem’ é fruto do trabalho conjunto de um grupo de professores e pesquisadores no sentido de produzir reflexões sobre o legado deixado pelo pensador em suas várias obras. É composto por três partes, sendo a parte inicial uma apresentação do autor objeto de estudo e suas ideias, composta por um relato de convivência com Furtado, feito por CAVALCANTI e uma síntese de suas principais contribuições, realizada por FORMIGA. A segunda parte é composta por artigos que discutem as ideias do mestre homenageado e começa com MARTINS delimitando o território ético nas concepções fundamentais de Furtado, utilizando como parâmetro o método estrutural histórico e o conceito de subdesenvolvimento periférico. Na sequência vem a contribuição de COSTA e MACHADO, fazendo um estudo comparativo entre Sen, North e Furtado, no qual, a partir de uma breve apresentação das teorias e conceitos envolvidos, destaca as similaridades entre eles na abordagem da questão cultural. MAIA e VIDIGAL, por sua vez, debatem o conceito de função social da propriedade à luz da teoria furtadiana, como elemento complementar necessário no processo de industrialização. ALENCAR e CÂMARA dão prosseguimento às análises, recorrendo às teses furtadianas para embasar a defesa de uma tributação específica para exportação de minérios para subsidiar a indústria nesse subsetor. A questão ambiental é explorada por NOGUEIRA e PAIXÃO, argumentando que os escritos do autor referenciado apresentam um cabedal teórico pouco explorado e rico em contribuições, particularmente para para investigações acerca da degradação da diversidade biológica e das implicações do investimento estrangeiro na exploração de recursos naturais. A contribuição de Furtado para a economia política internacional é estudada por CASTRO E MENEZES, que apontam uma série de avanços acadêmicos ainda atuais nessas, e remetem à construção de um diálogo mundial sobre a superação de desigualdades internacionais, dado o entrelaçamento das histórias econômicas das nações. ARAÚJO e COSTA defendem elementos teóricos do autor homenageado nas declarações de Alma-ata e Astana, inspiração que resulta em diretrizes balizadas nos direitos de bem estar social e econômico básico para a humanidade em geral, que só serão igualmente efetivados com desenvolvimento socioeconômico mínimo. LAPROVITERA finaliza os artigos propondo uma discussão mais especifica acerca das decisões estratégicas dentro dos planos e projetos de desenvolvimento, relacionando o processo decisório ao elemento estrutural das economias. A terceira e última parte do livro comemorativo é dedicado às perspectivas do pensamento furtadiano, para o qual BUARQUE fornece pistas aos estudiosos que persistirem em tomá-lo como referência, tocando em pontos diversos de sua obra passíveis de atualizações e deixando, por fim, um recado aos pesquisadores sociais: ideias inertes não podem resistir a uma realidade que se transforma, portanto devem também ser frequentemente debatidas, testadas e aprofundadas para se revigorar.
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