O Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPJ) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está lançando o curso livre para jornalistas “O ato jornalístico na sociedade em midiatização: perspectivas teóricas e metodológicas em análise”, que será ministrado pelo professor visitante do PPJ, doutor Antonio Fausto Neto.

O curso é gratuito e será realizado na modalidade presencial e terá duração total de 30 horas. Os encontros acontecerão das 18h às 21h na Sala de Reuniões do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) nas datas: 24, 25 e 26 de setembro; 23, 24 e 29 de outubro; 6, 13 e 27 de novembro; e 4 de dezembro de 2025. Todos os inscritos que participarem a 75% das atividades receberão certificado de conclusão do curso.

Antonio Fausto Neto é jornalista (UFJF), mestre em Comunicação (UnB), doutor em Sciences de La Comunication Et de L'information - Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales – França e tem estudos de pós-doutorado na UFRJ.

É pesquisador 1A do CNPq; membro do Comitê Científico do CNPq (área de comunicação); Consultor ad hoc: CAPES, CNPq, Fundação Carlos Chagas. É ex-professor titular da Unisinos; UFRJ, UFPB, UnB e PUC-Minas. É presidente do Centro Internacional de Semiótica e Comunicação (Ciseco). Co-fundador da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós).

É autor dos livros “Mortes em derrapagem” (1991); “O impeachment da televisão” (1995); “Ensinando à TV Escola” (2001); “Desconstruindo os sentidos” (2001); “Lula Presidente - Televisão e política na campanha eleitoral” (2003); e “O mundo das mídias” (2004).

O curso

O curso pretende desenvolver reflexões sobre transformações que se manifestam sobre a atividade do jornalismo, especificamente as que comtemplam dimensões da produção, circulação e produção da notícia. Considerando-se complexo processo que envolve fundamentos, operações e efeitos sociotécnicos da construção da noticiabilidade, refletiremos a partir do par de noções fato/acontecimento, sobre questões que destacam mutações em processo, no ato de construção da noticiabilidade.

Especialmente, suas implicações sobre as condições de produção/circulação/recepção de acontecimentos, no contexto da sociedade em midiatização. Tomaremos como referência, além de literatura a ser destacada, aspectos que envolvem as afetações da midiatização sobre o campo propriamente do jornalismo, bem como as práticas de seus operadores; as condições socio simbólicas e técnicas que envolvem a transformação do acontecimento em notícia; as estratégias de circulação/apropriação/ leitura, por parte de campos/leitores sociais.

A proposta de reflexão aqui apresentada destaca que a eleição/transformação do acontecimento em notícia, a ingressar em circuito social, se faz em torno de estratégias e operações sociotécnicas e discursivas, sobre as quais se apoia a oferta de construção da atualidade. As atividades da disciplina serão desenvolvidas em seminários etc., no âmbito de 10 a 11 aulas e com apoio da bibliografia a ser indicada.

Unidades de trabalho

1. O ato jornalístico/noticiabilidade como objeto de estudo;

2. Trabalho socio-técnico-simbólico do jornalismo e sua “materialização” em notícia;

3. A enunciação como “modo de dizer” e “modo de fazer” o trabalho simbólico de construção do fato em notícia;

4. Transformações do acontecimento: da “construção da realidade” à “realidade da construção”

5. O ato jornalístico entre “epistemologias dos meios” às “epistemologias das redes”

6. Seminário a ser desdobrado em duas ou mais unidades em torno de temas a serem debatidos, conforme sugestões abaixo:

a) Transformação (e consequências) das identidades dos operadores do “ato jornalístico”, na sociedade em miditização?;

b) Impacto das novas condições da enunciação jornalística (seus “modos de dizer” a notícia), sobre leitores da organização social;

c) No contexto das mutações da sociedade em midiatização. Desenvolver reflexões sobre as transformações que sofre o “ato jornalístico” privilegiando a noção de “notícia como objeto”?;

d) Percepção, segundo formas de feedbacks do tecido social, das transformações que sofre a identidade dos operadores jornalísticos, segundo construções de várias ordens, que são elaboradas pelos leitores? O que há jornalismo/jornalistas nos protocolos técnicos da noticiabilidade, no contexto da sociedade em midiatização?