A obesidade é uma epidemia mundial associada ao consumo alimentar e a prática de atividade física, mas também atribuída a diversos processos, nos quais ambiente - político, econômico, social, cultural - e não apenas o sujeito e suas escolhas, assumem lugar estratégico para a compreensão do problema e o planejamento de intervenções que contribuam para a sua prevenção e controle. Além de causar sofrimento psicológico devido ao estigma e a discriminação, a obesidade se associa ao desenvolvimento de complicações metabólicas que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo as cardiovasculares, diabetes Mellitus tipo 2 e certos tipos de câncer. No Brasil, mais da metade da população adulta apresenta excesso de peso e um em cada dez adultos possui obesidade. Por sua natureza multifatorial, o manejo da obesidade é extremamente complexo e constitui um desafio para os profissionais nos diferentes pontos da Rede de Atenção à Saúde. A superação deste desafio perpassa pela qualificação dos profissionais de saúde e pela reorganização dos serviços de saúde de forma a ofertar ações contínuas, colaborativas, efetivas e que contemplem a complexidade do agravo. Foi neste sentido que foi publicado pelo Ministério da Saúde o Instrutivo de Abordagem Coletiva para Manejo da Obesidade no SUS. Ao apresenta-lo pretendemos discutir de forma crítica a temática.
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